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“Melhores Práticas” Podem Ser Desastrosas. Saiba Por Quê

Conheça três motivos errados para essas estratégias conhecidas se prolongarem

Por Redação 

Sabe aquela ideia que parecia ótima anos atrás e por isso está sendo adotada até hoje? Pode não ser mais tão boa, mesmo que esteja na lista sagrada das “melhores práticas” da empresa.

Freek Vermeulen, professor da London Business School e blogueiro do site da Harvard Business Review, expõe três motivos errados para essas práticas se prolongarem, e dá um exemplo interessante.

Há muitas décadas, a maioria dos jornais do mundo, pelo menos no campo da imprensa “séria”, circula no formato standard, o das folhas grandes, que exige que o leitor abra os braços para ver o conteúdo interno. O custo de impressão nesse formato é mais alto do que o dos jornais tablóides. Mesmo assim, os donos das empresas sempre afirmaram que mantinham o tamanho grande porque os leitores rejeitariam uma mudança. Só que, em 2004, um dos jornais mais respeitados do Reino Unido, o The Independent, adotou o formato tablóide e as vendas dispararam. Outros seguiram o exemplo e o resultado foi igualmente positivo.

Veermeulen foi procurar de onde veio o hábito da folha grande na Inglaterra. A origem foi uma lei de 1712 que passou a taxar os jornais com base no número de páginas. As empresas reagiram aumentando o tamanho das folhas. E isso continuou mesmo depois de 1855, quando a lei foi abolida.

Essa história contém as três falsas verdades que sustentam práticas ineficientes ou mesmo desastrosas. São elas:

1. “Todo mundo faz assim” - As “melhores práticas” percorrem certos setores da economia em efeito dominó. A ideia é: se a concorrência adotou esse princípio e está se dando bem, só pode estar certa. Não é uma conclusão sem cabimento. O que as pessoas se esquecem de cogitar é que, como no caso dos jornais, tudo podia fazer sentido no início, mas o contexto mudou e o hábito continuou, agora sem sentido.

2. A armadilha do curto prazo – Algumas práticas já são nocivas desde o começo, mas o efeito custa um pouco a se manifestar – e aí pode ficar difícil conectar causa e efeito. O exemplo dado por Veermeulen é de uma pesquisa acadêmica que ele próprio conduziu. Era sobre clínicas de fertilidade no Reino Unido. Alguns anos atrás, várias delas começaram a testar, selecionar e restringir sua clientela de fertilização in vitro a casos considerados “fáceis”, e isso resultou num crescimento da porcentagem de procedimentos bem-sucedidos. No entanto, a pesquisa também detectou que essa política, no longo prazo, fez com que as clínicas se tornassem incapazes de aprender e progredir, como mostrou a porcentagem de sucesso, que estacionou.

3. Mitos que se autoperpetuam – Profecias autorrealizadoras têm o agravante de, por razões óbvias, revelarem com mais dificuldade a inconsistência de seus fundamentos. Por exemplo: as produtoras de Hollywood acreditam que, se encherem seus filmes de astros de primeiro time, vão garantir uma bilheteria mais alta – o que de fato acontece. Mas, para fazer jus aos astros, as companhias também investem recursos maiores no marketing e na produção desses filmes. Uma pesquisa das universidades de Yale e Maryland provou, no entanto, que, descontados esses gastos, os filmes em si não têm desempenho melhor do que os de orçamento e elenco mais modestos. Mas isso não é evidente para ninguém, muito menos para os altos executivos muito seguros do que “funciona” ou não.

Moral da história: questionar e pôr as coisas em perspectiva são melhores práticas do que muitas das “melhores práticas”.


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